Governança Corporativa e o ESG

Quando falamos em ESG, é comum as pessoas estarem familiarizadas com ações do E (meio ambiente) e do S (social), porém o G (governança) costuma ser deixado de lado, seja por sua complexidade ou por desconhecimento. Entretanto, a governança é um pilar extremamente importante, pois é a sustentação do ESG em uma organização. 

O que é Governança Corporativa? 

Segundo o IBGC, Governança corporativa é um sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelo qual as organizações são dirigidas e monitoradas, com vistas à geração de valor sustentável para a organização, para seus sócios e para a sociedade em geral.

Esse sistema baliza a atuação dos agentes de governança e demais indivíduos de uma organização na busca pelo equilíbrio entre os interesses de todas as partes, contribuindo positivamente para a sociedade e para o meio ambiente.

Princípios Básicos da Governança

Os princípios básicos da governança estabelecidos pelo IBGC em 2023 são: 

  • Integridade: Praticar e promover a cultura ética na organização, evitando decisões sob a influência de conflitos de interesses, mantendo a coerência entre discurso e ação e o cuidado com suas partes interessadas, com a sociedade em geral e com o meio ambiente.
  • Transparência: Disponibilizar, para as partes interessadas, informações verdadeiras, tempestivas, coerentes, claras e relevantes, sejam elas positivas ou negativas, e não apenas aquelas exigidas por leis ou regulamentos. 
  • Equidade: Tratar todos os sócios e demais partes interessadas de maneira justa, considerando seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. A equidade pressupõe uma abordagem diferenciada conforme as relações e demandas de cada parte interessada com a organização, motivada pelo senso de justiça, respeito, diversidade, inclusão, pluralismo e igualdade de direitos e oportunidades.
  • Responsabilização: Desempenhar suas funções com diligência e independência, visando a geração de valor sustentável no longo prazo, assumindo a responsabilidade pelas consequências de seus atos e omissões. Prestar contas de sua atuação de modo claro e conciso, ciente de que suas decisões podem não apenas responsabilizá-lo individualmente, como impactar a organização, suas partes interessadas e o meio ambiente.
  • Sustentabilidade: Compreender que as organizações atuam em uma relação de interdependência com os ecossistemas social, econômico e ambiental, fortalecendo seu protagonismo e suas responsabilidades perante a sociedade.

Como aplicar na prática?

Esses princípios podem ser aplicados através da implementação de algumas boas práticas, como: 

  • Escuta dos stakeholders e desenvolvimento da matriz de materialidade
    Processo importante para a empresa ampliar o seu repertório e entender quais temas ela precisa trabalhar a partir de opiniões internas e externas, além disso, a matriz de materialidade ajuda a empresa a priorizar os temas mais relevantes a serem trabalhados a curto e médio prazo. 
  • Integração das questões socioambientais na estratégia da empresa
    O ESG deve ser parte do modelo de negócio e não uma agenda paralela. A partir disso, é importante disseminar o propósito e a visão para que a empresa proteja, zele e alcance seus objetivos de maneira coerente a suas diretrizes. 
  • Código de ética e de conduta
    Conjunto de normas que determinam quais são os direitos, deveres e responsabilidade dos representantes da empresa e das partes interessadas. Além disso, é vital que a empresa possua um canal de ética, que deve garantir o anonimato das pessoas para que elas se sintam confortáveis para fazer denúncias relacionadas às condutas éticas.
  • Transparência
    Deve fazer parte do negócio, tornando-se uma ferramenta de diferenciação através da divulgação de boas práticas, tornando a empresa como referência no mercado, gerando resultados positivos de confiança e retorno positivo de percepção de reputação. A transparência pode ser feita a partir de relatórios, comunicados, eventos e até mesmo através do relacionamento com stakeholders. 
  • Indicadores e Políticas
    Políticas, indicadores e metas socioambientais são uma base de desenvolvimento do ESG, assim como, ferramentas que garantem informações para a transparência. 

O desenvolvimento de boas práticas de Governança Corporativa não precisa ser desafiador. Ele é uma jornada de melhorias para gestão, compliance e direcionamento de práticas socioambientais, sempre de forma ética, íntegra e responsável. 

A governança no ESG serve como um guia para direcionar a empresa para implementar as melhores práticas no que se refere ao contexto socioambiental e à viabilização e à execução de um gerenciamento organizacional mais preciso. 

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Raissa Santos

Profissional com experiência ONG’s e empresas privadas, atuando principalmente com Gestão de Projetos Socioambientais, Responsabilidade Social Corporativa, Gestão de Processos Financeiros/Administrativos e Certificações Internacionais, como a certificação de Empresa B. Raissa é co-fundadora e Diretora Administrativa da organização social Kurytiba Metropole que atua diretamente com o Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de vida, Democracia Participativa e Inclusiva e Equidade e Justiça Social. Como iniciativa destaque temos o Mapa das Desigualdades de Curitiba e região metropolitana que está sendo realizado em parceria com a Universidade Federal do Paraná – UFPR. Possui especialização em Empreendedorismo e Negócios Social (FAE Business School) e graduação em Gestão Financeira (Universidade Opet). É certificada em Relatos de Sustentabilidade baseados nos Padrões de Relatórios de Sustentabilidade da GRI (GRI Professional Certification Program) e em PMD Pro – Project Management for Development Professionals (APMG International).

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