Tendências de Diversidade e Inclusão para 2025

Nos últimos anos, as demissões em massa no setor de tecnologia, que atingiram desproporcionalmente departamentos de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), trouxeram à tona um paradoxo

Enquanto algumas empresas cortam investimentos nessas áreas, diversas pesquisas e benchmarks, como os realizados pela Blend Edu, Deloitte e ID_BR, reforçam que práticas de D&I são cruciais para inovação, retenção de talentos e resultados financeiros

Em 2024, 88,9% das empresas brasileiras afirmaram ter orçamento dedicado para D&I, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. Esse cenário evidencia que negligenciar a diversidade vai contra dados que apontam sua importância estratégica.⁴

A seguir, exploramos cinco tendências para 2025 com base em insights atualizados. 

1. Desenvolvimento de Carreiras para Públicos Sub-representados

Uma das tendências mais relevantes para 2025 é o investimento em programas de desenvolvimento de carreiras voltados a públicos específicos, como mulheres negras e indígenas. 

Segundo a pesquisa da Blend Edu, o fortalecimento de lideranças femininas negras está no centro das estratégias inclusivas no Brasil. Além disso, iniciativas como mentorias e programas de aceleração para talentos diversos têm se mostrado eficazes na promoção da equidade racial e de gênero. 

Estratégias eficazes

  • Processos seletivos voltados a grupos minoritários específicos.
  • Treinamentos sobre interseccionalidade voltados às lideranças.
  • Mentorias para lideranças pertencentes a grupos minoritários.

Impacto organizacional

  • Maior representatividade em todos os níveis hierárquicos.
  • Construção de uma cultura corporativa mais plural e inovadora.

2. Uso Estratégico de Tecnologia para Inclusão

Ferramentas tecnológicas, como inteligência artificial (IA), estão sendo utilizadas para reduzir vieses em processos seletivos e promover acessibilidade digital. A Fundação Dom Cabral destaca que a inovação tecnológica será essencial para transformar D&I em um componente inegociável no ambiente corporativo.²

Ações recomendadas

  • Plataformas digitais que garantem recrutamento anônimo 
  • Soluções voltadas à acessibilidade, como softwares adaptados para pessoas com deficiência.

Resultados esperados

  • Aumento da equidade nos processos seletivos
  • Maior inclusão digital no ambiente de trabalho.

3. Foco em Saúde Mental e Bem-Estar

A saúde mental está emergindo como prioridade estratégica nas organizações. Segundo o relatório da Fundação Dom Cabral, o aumento de casos de burnout e outros transtornos relacionados ao trabalho exige políticas institucionais robustas. Programas voltados ao bem-estar emocional estão sendo implementados para melhorar a produtividade e o engajamento dos colaboradores.²

Grupos diversos tendem a sofrer mais microagressões no ambiente corporativo. Segundo a pesquisa Women in the Workplace 2024, mulheres, especialmente as LGBTQ+ e com deficiência, são mais propensas a sofrer microagressões, o que aumenta suas chances de sofrerem burnout e de considerarem abandonar os seus empregos.³

Ações recomendadas

  • Programas contínuos de apoio psicológico.
  • Flexibilização da jornada de trabalho para equilibrar demandas pessoais e profissionais.

Resultados esperados

  • Redução do turnover.
  • Fortalecimento do senso de pertencimento entre os colaboradores.

4. Integração de D&I com Estratégias ESG

A diversidade está cada vez mais alinhada às práticas de ESG (ambiental, social e governança), sendo um elemento essencial para a sustentabilidade corporativa. 

Uma pesquisa da Deloitte aponta que 77% das empresas que monitoram indicadores de D&I já integram essas métricas às suas estratégias ESG. Essa abordagem permite que as organizações demonstrem impacto tangível, como aumento na contratação de lideranças diversas e maior retenção de talentos pertencentes a grupos minorizados. ¹

Empresas que adotam metas claras de D&I tendem a superar desafios culturais internos, promovendo uma governança mais inclusiva. Já a integração com ESG fortalece a reputação corporativa e atrai investidores comprometidos com responsabilidade social.

Dados relevantes

  • Empresas com metas claras de diversidade apresentam maior retenção de talentos diversos.
  • A integração com o ESG promove maior clareza do impacto no desempenho financeiro e na sustentabilidade organizacional.

Impacto esperado

  • Consolidação da diversidade como parte essencial do planejamento estratégico.
  • Aumento do alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

5. Expansão dos Grupos de Afinidade

Grupos de afinidade têm se consolidado como ferramentas estratégicas para promover inclusão dentro das organizações. Em 2024, 71% das empresas brasileiras já possuíam grupos estruturados, sendo que a média é de três por organização.¹

Objetivos principais dos grupos

  • Conectar pessoas e promover networking interno.
  • Validar ações estratégicas e direcionar prioridades organizacionais.

Impacto esperado

  • Ampliação do engajamento interno.
  • Identificação mais eficaz das necessidades dos colaboradores diversos.

As tendências para 2025 refletem um movimento claro: diversidade e inclusão não são apenas valores éticos, mas estratégias centrais para o sucesso organizacional

Ao integrar práticas inclusivas às suas operações, as empresas respondem às demandas sociais contemporâneas e se posicionam como lideranças transformadoras no mercado global.

Para organizações que buscam implementar essas tendências, o compromisso deve ir além do discurso, é necessário adotar ações concretas que promovam mudanças duradouras. 

Na We.Flow acreditamos que cada métrica é um marco e cada descoberta é um impulso para um futuro mais responsável. Caso precise de auxílio nessas implementações, agende uma reunião com nosso time.

Fontes:

¹ https://www.deloitte.com/br/pt/about/people/social-responsibility/pesquisa-diversidade-inclusao-organizacoes.html 

² https://www.fdc.org.br/Documents/Cartilha%20de%20Tend%C3%AAncias%202025%20-%20ID_BR%20&%20FDC.pdf

³ https://www.mckinsey.com/featured-insights/diversity-and-inclusion/women-in-the-workplace

https://conteudo.blend-edu.com/relatorio-benchmarking-diversidade-2024?material_baixado_hidden=benchmarking_2024 

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Marina Sperafico

Marina tem mais de 12 anos de experiência em ONGs, governo, startups e grandes corporações. É fundadora da Shift, empresa que influencia transformações em JEDI – justiça, equidade, diversidade e inclusão de dentro para fora, e do Representa, iniciativa de promoção da inclusão racial na educação superior. Idealizou e liderou a campanha de equidade de gênero #ComVocêEuJogoMelhor, reconhecida pela ONU Mulheres, El Ojo e TrendWatching. É ganhadora do Betty Scharf Prize de melhor dissertação em Gênero e Religião LSE 2020. Possui mestrado em Gênero, Desenvolvimento e Globalização pela London School of Economics and Political Science através da bolsa Chevening. É Certificada em Negociação e Liderança pela Stanford Graduate School of Business, Especialista em Negócios Digitais, MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV e Bacharel em Relações Internacionais.

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