ESG para pequenas empresas: como implementar

Pequenas e médias empresas que estiverem atentas aos parâmetros ESG tem a tendência de obter maior sucesso a longo prazo.

Quando falamos em demandas de ESG, estamos falando sobre parâmetros que observam se uma empresa é responsável no cuidado com a natureza, nas relações sociais com os diversos públicos de interesse (trabalhadores, fornecedores, clientes, comunidade de entorno, etc.) e nas práticas de gestão organizacional

Portanto, fica claro que essa preocupação não é exclusiva de grandes empresas, mas é uma responsabilidade compartilhada da iniciativa privada com um todo e também de outros setores como o governo e organizações da sociedade civil. 

O ESG já não é mais uma tendência, é uma realidade. Por isso, pequenas e médias empresas que estiverem atentas ao ESG podem se beneficiar com ganhos como: 

  1. Conquista de novos clientes (tanto pessoas físicas quanto jurídicas): 4 em 5 brasileiros declaram como importante a atuação de empresas e marcas em ações relacionadas ao ESG, de acordo com a pesquisa Think With Google.
  2. Acesso a linhas de investimentos exclusivas: segundo uma pesquisa da Bloomberg, a agenda ESG deve atrair US$ 53 trilhões (R$ 253,02 trilhões) em investimentos em 2025. Em média, sete a cada dez empresas do Brasil já adotaram estratégias de negócio que incluem tais práticas, segundo um levantamento da consultoria KPMG
  3. Melhoria da reputação da marca: um levantamento realizado pela Serasa Experian, demonstrou que dentre os 10 fatores que mais impactam a reputação das marcas estão temas como o próprio ESG e outros três sub-temas relacionados ao “G” da sigla que significa Governança, são eles Ética, Transparência e Comunicação. 
  4. Atração, Envolvimento e Retenção de Talentos: a pesquisa Deloitte Millennial Survey afirma que 77% da geração milênio busca propósito de impacto positivo em sua carreira.
  5. Fomento da inovação: empresas que estão atentas aos temas ESG – e, dentro disso, especialmente Diversidade & Inclusão – são comprovadamente mais inovadoras e lucrativas. Um estudo do Boston Consulting Group identificou que empresas com equipes de gerenciamento mais diversificadas têm receitas 19% maiores devido à inovação.

Apenas para citar alguns exemplos de ganhos diretos para as empresas, sem mencionar o benefício dessas práticas para a própria natureza e sociedade.

Como implementar o ESG no meu pequeno e médio negócio?

Precisamos ter em mente que é mais importante começar com pequenos passos do que não se mover em direção ao ESG pela falsa impressão de que se trata de algo complexo e custoso. Essa pauta deve ser intrínseca ao próprio negócio e não algo separado. Nesse sentido, três pilares são muito importantes para implementar o ESG:

  • o alinhamento e a integração entre o negócio e o impacto socioambiental;
  • o incentivo à formação de uma cultura e liderança para o ESG; 
  • a transparência em termos de compliance e avaliação de impacto.

De uma forma prática, nossa recomendação começa por revisar as atuais práticas, processos e produtos ou serviços da empresa. Algumas reflexões para que as pequenas e médias empresas tenham uma operação mais sustentável podem ser, por exemplo:

Ambiental

  • Gestão de Resíduos: Diminuir a produção de resíduos e aquilo que produzir destinar corretamente para reciclagem ou compostagem. Buscar ser aterro zero por meio da reutilização, redução e reciclagem de todo o resíduo.
  • Emissão de Gases de Efeito Estufa: Utilizar meios de transporte mais sustentáveis no dia-a-dia (a pé, bicicleta, veículos elétricos ou transporte coletivo) e fazer compensação de carbono de viagens ou trajetos.
  • Gestão Hídrica: Economizar e reaproveitar água (fechar torneiras, usar temporizadores, coletar água da chuva, etc.)
  • Energia: Utilizar fontes de energia limpas, renováveis e ecológicas (hidrelétrica, solar, eólica, etc.), optar por lâmpadas mais duráveis como LED e economizar luz.

Social

  • Cuidado com Trabalhadores: Respeitar as leis trabalhistas, oferecer salários dignos e benefícios, contribuir para o desenvolvimento profissional, preocupar-se com o bem-estar, saúde e segurança de trabalhadores (inclusive saúde mental).
  • Projetos Sociais:  Investir socialmente em iniciativas de impacto, realizar trabalhos voluntários, contribuir para projetos da comunidade do entorno, realizar campanhas de doações materiais, etc.
  • Fornecedores Sustentáveis: Escolher fornecedores de forma consciente, dando prioridade para fornecedores e parceiros locais e sustentáveis (com certificações ou comprovação de boas práticas).
  • Diversidade e Inclusão: Não ter preconceitos, realizar treinamentos para o time sobre o assunto, fomentar um ambiente de segurança psicológica que acolha a diversidade, promover processos seletivos afirmativos, implementar políticas e práticas que promovam a diversidade, equidade e inclusão, entre outros.

Governança

  • Relacionamento com Clientes: Realizar a gestão da relação com clientes de forma responsável, respeitando questões como a proteção de dados, mecanismos para receber feedback e monitoramento da satisfação do cliente ou consumidor.
  • Ética e Integridade: Realizar escolhas no dia-a-dia com base na ética e na integridade, elaborar um código de ética e conduta, ter clareza das definições estratégicas da empresa (visão, missão, valores), atuar com transparência com informações acessíveis ao público no site, embalagem de produtos, em relatórios, etc.
  • Desempenho Socioambiental: Considerar o desempenho socioambiental na tomada de decisões da empresa, eventualmente incorporar metas e indicadores nesse sentido.

O papel de uma consultoria para a atuação ESG de pequenas e médias empresas

Navegar em assuntos ESG pode ser novidade para muitas empresas e, nesse momento, contar com uma consultoria pode ser muito benéfico por diversos motivos. Normalmente, as empresas até sabem “o quê” precisa ser feito, mas têm muita dificuldade no “como” fazer isso na prática.

A metodologia de Consultoria ESG da We.Flow contempla as seguintes etapas de atuação que podem ser realizadas também com pequenas e médias empresas:

  1. Alinhamento inicial, formação de Comitê e letramento em ESG;
  2. Diagnóstico de maturidade ESG, escuta de stakeholders para levantamento de temas materiais, pesquisa de tendências e benchmarking;
  3. Construção e integração do ESG à estratégia da organização com definição de objetivos estratégicos, indicadores de performance, impacto aspiracional e os respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável;
  4. Auxílio na implementação do Plano de Ação (ex. criação de voluntariado corporativo, investimento social privado, código de ética e conduta, gestão de fornecedores, política de compromisso ambiental, gestão de resíduos e programa de diversidade e inclusão);
  5. Avaliação e mensuração do impacto socioambiental das ações implementadas;
  6. Desenvolvimento de lideranças para ESG por meio de treinamentos e / ou imersões;
  7. Posicionamento da marca, fortalecimento da reputação e comunicação com os stakeholders / partes interessadas (como mídia, consumidores, fornecedores, etc.);
  8. Expansão do impacto para a cadeia de valor da empresa.

As equipes de uma consultoria ESG podem trazer um profundo conhecimento e experiência prática nas áreas de sustentabilidade, responsabilidade socioambiental e governança corporativa. Especialistas estão em constante evolução e atualização sobre tendências e regulamentações do mercado, podendo oferecer insights valiosos.

Além disso, o trabalho oferecido costuma ser personalizado à realidade da empresa em termos de porte, setor de atuação, realidade financeira, etc. Observar as particularidades de cada empresa é imprescindível para que o trabalho de ESG seja bem-sucedido.

Outro papel de uma consultoria é fazer pontes para parcerias entre organizações visando resolver algum desafio socioambiental. Muitas vezes, é possível inclusive promover a colaboração entre empresas do mesmo setor em prol de uma causa de impacto.

Por último, e não menos importante, está a contribuição de consultorias para o aumento da eficiência operacional das empresas e redução de custos através da implementação de práticas sustentáveis. Isso pode incluir a adoção de medidas de eficiência energética, gestão eficiente de recursos naturais, gestão de cadeia de suprimentos, melhoria das práticas de gerenciamento de resíduos, entre outros.

Quer saber mais sobre como funciona nosso trabalho? Acesse nossa página de consultoria ESG.

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Flavia Feliz

Premiada como Empreendedora Curitibana 2021, Flavia é uma brasileira com foco no impacto social motivada pela possibilidade de contribuir com algo maior do que o seu próprio ser. Com mais de 12 anos de experiência em projetos de impacto social em instituições públicas, organizações sem fins lucrativos, empresas e universidades, ela teve experiências internacionais anteriores no Brasil, Itália, Ilhas Maurício e Estados Unidos. Dedica seus estudos e carreira para entender como atingir um equilíbrio do triple bottom line (campo social, econômico e ambiental) e colocar sua energia a serviço do todo, levando em consideração o desenvolvimento econômico justo e o cuidado sustentável da natureza, na qual todos estamos inseridos. Flavia é Mestre em Ciências em Empreendedorismo Social pela University of Southern California, onde também foi Diretora de Conexões Internacionais da MSSE Student Association. Possui graduação em Relações Públicas (UFPR – Brasil), especialização em Empreendedorismo Social e Negócios Sociais (FAE Business School – Brasil) e certificações em Gestão Estratégica e Marketing Internacional (Universidade de La Verne – EUA) e PMD Pro – Project Management for Development Professionals (APMG International). Foi professora visitante do curso de pós-graduação da FAE Business School na disciplina de Captação de Recursos e Coordenadora Acadêmica do primeiro curso de pós-graduação em Empreendedorismo Social do Brasil na modalidade a distância, do Instituto Legado e da FESP.

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