Marco Lógico

O Marco Lógico é um modelo analítico que estabelece uma abordagem detalhada para desenvolver, executar e avaliar projetos de impacto socioambiental.

Ele considera e estabelece a relação entre as atividades, resultados, objetivos e impacto.

Seu nome vem das relações lógicas definidas pelos planejadores para conectar os meios de um projeto com seu fim.

Esse modelo é estabelecido e utilizado mundialmente para objetivos de avaliação, gestão e auditoria.

Ele faz parte das ferramentas do PMDPro, metodologia que sistematiza os conceitos e técnicas da administração de projetos para o setor social.

Para entender o Marco Lógico, abordaremos seus conceitos, estrutura e como utilizá-lo.

Para que serve o Marco Lógico?

O Marco Lógico é uma metodologia que possibilita uma análise detalhada da coleta de dados e processos de um programa ou projeto.

Em geral, ele é aplicado para captar os elementos envolvidos em uma intervenção que implique em resultados intangíveis, como, por exemplo, bem-estar, autoestima, capital social, etc. 

Em sua essência, ele apresenta um fluxo lógico para entender como atividades geram resultados, que atingem objetivos e ao final promovem um impacto.

Dessa forma, ao concentrar as principais características e processos de uma intervenção, a ferramenta possibilita uma melhor avaliação e monitoramento.

Matriz do Marco Lógico

A Matriz do Marco Lógico é uma estrutura muito utilizada para representar a ferramenta visualmente, de forma a organizar seus componentes de acordo com suas descrições, indicadores, fontes de verificação e pressupostos.

Tabela 5x5. As colunas apresentam os itens: descrição, indicadores, fontes de verificação e pressupostos. As linhas apresentam os itens: impacto, objetivos, resultados e atividades.

Componentes

  • Impacto: O impacto deve representar a mudança final almejada. Exemplos: transformação, sustentabilidade, subsistência, bem-estar, etc.
  • Objetivos: são o que o projeto deseja entregar no nível do beneficiário e que contribui em mudanças para a população. Agregados, eles contribuem para o impacto a longo prazo. Exemplo: desnutrição reduzida, melhoria da renda, etc.
  • Resultados: são entregas tangíveis e intangíveis. Podem incluir: produtos, bens e serviços que contribuem para os objetivos. Exemplo: pessoas treinadas com conhecimento e habilidades, estradas construídas, etc.
  • Atividades: são as tarefas que devem ser realizadas que mobilizam humanos e recursos financeiros, técnicos e materiais para produzir resultados.

É importante ressaltar que as nomenclaturas utilizadas no Marco Lógico podem variar, entretanto, ele sempre segue a mesma linha lógica de raciocínio.

Pressupostos

Pressupostos são hipóteses sobre as condições necessárias, sejam externas ou internas, para garantir que as relações de causa e efeito funcionem conforme o esperado.

Isso quer dizer que são afirmações devem se manter verdadeiras para que as atividades levem aos resultados e os resultados levem aos objetivos.

Indicadores 

Um indicador é uma medida quantitativa ou qualitativa utilizada para mensurar uma mudança.

Os indicadores mostram até que ponto um projeto está cumprindo com suas metas em suas atividades, resultados, objetivos e impactos planejados.

É fundamental que todos os indicadores sigam os critérios SMART (Específico, Mensurável, Alcançável, Relevante e Temporal).

Fontes de Verificação

As fontes de verificação são as fontes de onde obtemos os dados e informações que medem nossos indicadores. As fontes de verificação devem ser confiáveis e ter uma boa relação custo-benefício.

Utilizando a Matriz do Marco Lógico

Lógica Vertical

Tabela 5x5. As colunas apresentam os itens: descrição, indicadores, fontes de verificação e pressupostos. As linhas apresentam os itens: impacto, objetivos, resultados e atividades.Debaixo para cima lemos:Se RECURSOS / INSUMOS adequados são fornecidos;Então as ATIVIDADES podem ser realizadas.Se as ATIVIDADES acontecem;Então os RESULTADOS são produzidos.Se os RESULTADOS são produzidos;Então os OBJETIVOS podem ser alcançados.Se os OBJETIVOS são alcançados;Então eles contribuem para o IMPACTO.

A lógica vertical segue os condicionais lógicos “se” e “então”. 

Ou seja: se o anterior acontece, então o seguinte é alcançado.

Lógica Horizontal

Tabela 5x5. As colunas apresentam os itens: descrição, indicadores, fontes de verificação e pressupostos. As linhas apresentam os itens: impacto, objetivos, resultados e atividades.Debaixo para cima vemos que Se descrição E pressupostos, então o nível seguinte é verdadeiro.

A lógica horizontal segue os condicionais lógicos “se”, “e” e “então”.

Ou seja: se a lógica horizontal acontece e os pressupostos permanecem verdadeiros, então o projeto terá sucesso.

Exemplo

Em um projeto de voluntariado corporativo, oficinas profissionalizantes são realizadas para jovens em idade de aprendiz.

A Matriz do Marco Lógico do projeto seria a seguinte:

O marco lógico é um documento vivo e deve ser mantido atualizado conforme as alterações do projeto. Como uma ferramenta de planejamento, monitoramento e avaliação, mantê-lo atualizado regularmente é essencial à medida que se avança no projeto.

Agora que você já sabe como funciona o Marco Lógico, conheça também a Teoria da Mudança, outra ferramenta poderosa para projetos de impacto positivo.

Conheça também nossa metodologia de Avaliação de Impacto.

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Marcia Sobreira

Márcia é uma manauara extremamente curiosa e motivada pelas as questões sociais e ambientais. Sempre guiada pelo autoconhecimento, ao longo dos anos foi moldando a vida acadêmica e profissional a partir daquilo que a incomodava. Por quatro anos atuou na área de pesquisas acadêmicas, com a temática ambiental e sustentabilidade, no Amazonas e no Mato Grosso do Sul. Acredita no poder transformador do voluntariado e com ele, atuou durante 5 anos como voluntária na ONG TETO Brasil. Ao cursar o Programa de Agentes Socioambientais Urbano, da UMAPAZ, entendeu a importância da Educação Integral e da Cidade Educadora para o desenvolvimento sustentável que tanto buscou. Possui 10 anos de experiência em diversas organizações do terceiro setor e setor público, como Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo e Fundação Florestal. Por dois anos foi Coordenadora de Projetos na Junior Achievement, gerindo um portfólio de projetos de 15 empresas desenhando as ações de Responsabilidade Social Corporativa destas. Atuou no Instituto Unibanco na área de Planejamento Estratégico. Colaborou no INSPER na área de Relações Institucionais. Atualmente está finalizando o Mestrado em Gestão e Políticas Públicas (FGV-EAESP) como aluna de intercâmbio acadêmico na Universidade de Mannheim, na Alemanha, e estuda ESG e o impacto do Investimento Social Privado no Brasil. Possui certificações de Gestão de Projetos Sociais, PMD-Pro, Avaliação de Impacto e em Design Thinking, pela ECHOS – Escola de Design Thinking.

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